TÊNIS: A HISTÓRIA
DE UMA UNANIMIDADE MUNDIAL
Os tênis estão em todos os lugares e
fazem parte da vida moderna. Um fenômeno global com uma história fascinante.
Transcende raça, religião, cor, cultura e ideologia. Hoje o tênis movimenta uma
cultura alternativa e o par certo vale muito dinheiro. Vale tudo para ter
aquele par de tênis da moda comprar, trocar e em alguns casos até mesmo roubar.
Esse verdadeiro objeto de desejo tornou-se hoje uma peça indispensável no
vestuário humano. Para isso vamos conhecê-lo melhor, desvendar os segredos de
seus materiais e como se fabrica esse que já se tornou um objeto de fetiche.
Todos hoje têm um par de tênis, de bebês
a uma pessoa de 80 anos de idade, passando por atletas e pessoas procurando
calçados mais confortáveis, desta forma, essa indústria movimenta atualmente
quase 30 milhões de dólares por ano e que cresceu 100% nos últimos 15 anos.
Hoje em dia, com a globalização, os
tênis são projetados por engenheiros biomecânicos no ocidente e fabricados a 8.000 km no oriente, a
partir de 100 componentes e dez tipos de materiais diferentes e depois de
prontos fazem uma verdadeira viagem ao redor do planeta antes de chegarem às
lojas e consequentemente até chegar aos pés dos consumidores. E por falar em
consumir, é bem provável que você gaste mais de US$ 10.000,00 em tênis ao longo
de toda a sua vida.
Esse calçado milionário ajuda na
busca pela boa forma, impulsiona a cultura da moda e inspiram a cultura pop. Mas
para entender como os tênis se tornaram uma força econômica e cultura, é
preciso apreciar primeiro a genialidade evolucionária do pé humano e um
importante aspecto de dois milhões de anos.
O australoptécus, nosso ancestral
africano, possuía corpo triangular, braços longos e pernas curtas eram próprios
para subir em árvores e também para andar, após milhares de anos a espécie
desenvolveu braços menores e pernas maiores apropriados para correr.
Mas porque correr foi importante
para a evolução humana?
A resposta é bastante simples. Com
um celebro em franca expansão, o homem precisava de mais proteína, e para isso
precisava caçar, mas para fazê-lo, além das ferramentas apropriadas, também
precisava tornar-se mais veloz e assim começou o processo adaptativo de andar
cada vez mais rápido e finalmente aprendeu a correr. A habilidade de correr foi
uma grande vantagem para nossos ancestrais e para isso os nossos pés tiveram de
evoluir. Nosso pé tem 52 ossos, 25% de total do esqueleto e seu formato têm uma
importante característica biológica, que literalmente impulsiona nosso passo, o arco.
Quando corremos o arco funciona como
uma mola que entra em colapso, quando isso acontece os elementos elásticos no
arco armazenam energia e então recuam, nos impulsionando no ar. Mas isso tem
seu lado negativo, pois com o tempo nossos arcos perderam elasticidade
transferindo a energia cinética para as canelas e joelhos, causando dores
crônicas e osteoartrite. Mas o que isso tem a ver com o tênis? Por enquanto
nada. Pelo menos até a invenção de um material revolucionário chamado borracha
e mais tarde de um processo chamado vulcanização patenteado por Charles
Goodyear, isso deu a borracha a possibilidade de alcançar a resistência e a
flexibilidade que transformariam o tênis no calçado perfeito para proteger
nossos tão cansados pés. E foi assim, ao contrário do que muita gente pensa,
que em 1840 a
Goodyear transformou-se na primeira fábrica de calçados vulcanizados do mundo.
O tênis jamais existiria sem a
borracha vulcanizada, pois esse material resultante é impermeável, elástico,
flexível e fácil de combinar com outros materiais, sendo assim, torna-se
resistente, capaz de absorver choques, aumentar o efeito dos arcos e proteger
pés e pernas de lesões a longo prazo, isso tornou o tênis o calçado ideal para
acabar com um sofrimento de dois milhões de anos.
O primeiro tênis que se tem registro
se chamava Plimsoll. Esse tênis primitivo surgiu por volta de 1880 e ganhou
esse nome por causa da faixa escura ao longo da sola, que lembrava a “marca de
Plimsoll” que indica até aonde um navio pode ser carregado. Uma curiosidade
sobre esse tênis é que não possuía pé direito nem esquerdo, na verdade, era uma
espécie de “uni tênis” o que o tornava mais fácil na hora de calçar.
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